O início do povoamento (MS)



Em 1548, diante das dificuldades de colonização das terras brasileiras e com o auxílio dos donatários das capitanias, o rei de Portugal decidiu adotar medidas mais concretas para administrar e colonizar o Brasil criando o sistema de Governo-Geral, que centralizou a administração, sem contudo acabar com o regime das capitanias hereditárias.



Para ser o responsável por esse órgão foi escolhido Tomé de Souza, navegador experiente em longas viagens marítimas à África e à Índia. Recebeu, então, a capitania da Bahia, que antes pertencia a Francisco Pereira de Coutinho, morto após um naufrágio por Tupinambás. Tomé de Souza fundou ali a cidade de Salvador, que depois tornou-se a primeira capital do Brasil.



Este primeiro governador-geral trouxe para o Brasil mais de 1 000 pessoas, entre elas, funcionários para cuidar da administração, soldados e colonos. Foram criados os cargos auxiliares como de ouvidor-mor (responsável pela justiça), provedor-mor (cobrança de impostos) e capitão-mor (defesa do litoral dos ataques inimigos). A presença dos primeiros jesuítas também foi admitida e ficavam encarregados da catequese dos indígenas.

Os jesuítas, pertencentes à Companhia de Jesus, foram muito importantes na conquista e na colonização do Brasil, desde a sua chegada em 1549, no Governo-Geral de Tomé de Souza, até 1759, quando foram expulsos do Brasil.


A cabana de Pindobuçu


 A cabana de Pindobuçu

CALIXTO, Benedito. A cabana de Pindobuçu. 1920. Óleo sobre tela, 42 cm x 65,5 cm. Acervo Fundação Reginaldo e Beth Bertholino, São Paulo (BR).




Principais núcleos de povoamento criados no século XVIII


 Principais núcleos de povoamento criados no século XVIII

Principais núcleos de povoamento criados no século XVIII





Em 1550, dois colégios jesuítas já funcionavam na Bahia e em São Vicente. Eles abrigavam meninos órfãos e visavam principalmente à formação de sacerdotes para auxiliar o trabalho missionário.

Com o passar do tempo, os colégios atenderam também os colonos e seus filhos, transformando-se nas únicas escolas então existentes. Além de difundir os ensinamentos religiosos, essas instituições ensinavam a ler e escrever, fornecendo os mínimos conhecimentos de que os colonos precisavam.

A atuação dos padres jesuítas com relação ao ensino era muito influenciada pela religião católica e pelos costumes e crenças europeias.

Na região onde hoje é o estado do Mato Grosso do Sul, havia duas reduções jesuíticas ligadas ao Colégio Jesuítico de Assunção (1598) denominadas Nossa Senhora da Fé e Santiago de Caaguaçu. Essas reduções foram destruídas pelo bandeirante Antonio Raposo Tavares em 1648.

A ocupação da região ocorreu também pela construção dos fortes como o Forte Coimbra, situado à margem direita do rio Paraguai em 1775, o Forte de Nossa Senhora do Carmo do rio Mondego em 1778, que deu origem à cidade de Miranda e o Forte Albuquerque, também em 1778, que deu origem à cidade de Corumbá.



A pecuária já estava presente na região mesmo antes da penetração dos colonizadores europeus. Existem registros de que por volta de 1750 os indígenas do grupo Guaicuru já forneciam leite e carne para as tropas alojadas no Forte Coimbra.

As excelentes pastagens existentes na região de campos da vacaria próximas de Campo Grande e Ponta Porã fizeram com que muitos criadores de gado de outras regiões migrassem para o Mato Grosso.

A cidade de Sant’Anna do Paranahyba era um importante ponto de entroncamento do caminho de Piquiri que levava a Cuiabá, Uberaba e Araraquara e foi elevada a município em 1857. Já o Arraial de Santo Antonio de Campo Grande foi fundado em 1875, por José Antonio Pereira, e se tornou o município de Campo Grande em 1889.


Cidade de Miranda


 Cidade de Miranda

A cidade de Miranda foi uma das primeiras cidades do Mato Grosso do Sul e nasceu a partir do forte ali erguido na beira do Rio Paraguai, na segunda metade do século XVIII.






Cidade de Miranda


 Cidade de Miranda

Antes da construção da fortaleza havia ali uma vila chamada Santiago de Xerez que foi destruída em um confronto entre bandeirantes e indígenas.







Glossário


Reduções jesuíticas: também conhecidas como missões, eram aldeamentos de religiosos missionários e indígenas e foram uma das formas de colonização na América, com a dupla função de assegurar territórios conquistados e catequizar os povos nativos.